sexta-feira, 19 de maio de 2006

Albertino Figueiredo, de Oliveirinha para o mundo dos selos em Espanha


“Os bancos espanhóis estão a tentar destruir uma empresa que lhes está a fazer concorrência”, acredita um familiar de Albertino Figueiredo, o fundador da Afinsa, que se encontra detido preventivamente desde o dia 12 de Maio. “Não acredito que nada disso seja verdadeiro; estão a fazer-lhe a cama” – exprime a mesma fonte. “Quando criaram os fundos de investimento, já tinham um império, por que razão agora lhes daria para fazer falcatruas?, lança a fonte que prefere manter o anonimato.A Afinsa, fundada em Madrid há 26 anos, é acusada, pela Procuradoria Anti-Corrupção espanhola, de vários delitos contra a Fazenda Pública. O fundador da empresa e o filho, Carlos de Figueiredo Escriba, são dois dos cinco quadros dirigentes da empresa acusados dos crimes de burla, branqueamento de capitais, insolvência punível, administração desleal e falsificação de selos. Albertino Figueiredo, de 75 anos e natural de Oliveirinha, em Carregal do Sal, teve várias profissões antes de partir para Espanha, em 1965. O pai de “Tininho” (nome pelo qual é tratado pelos moradores de Oliveirinha da sua geração) era oriundo de uma família humilde. Mas conseguiu comprar uma empresa de camionagem de Cabanas de Viriato e criar os Transportes Figueiredo. A empresa de camionagem fazia o trajecto Carregal do Sal/Viseu e esteve nas mãos da família até há cerca de 12 anos (segundo as contas de um morador de Oliveirinha), altura em que foi vendida à empresa Berrelhas. A família possuía ainda um posto de abastecimento de combustível e uma oficina de reparação de automóveis. Albertino, em conjunto com os irmãos,Vasco, José e Emílio (já falecido), viviam do negócio familiar. Albertino começou por ser electricista na oficina da família. Mais tarde, viria a ter um stand de automóveis em Viseu. Mas, segundo conta um morador de Oliveirinha, António Ricardo, “aquilo deu para o torto e fechou as portas”. O empresário trabalhou ainda no Jornal de Viseu. Em 1965, emigra para Espanha, onde começa a trabalhar numa fábrica de camiões. Coleccionador de selos desde os oito anos, o empresário converteu a herança familiar que recebeu em selos valiosos que foram vendidos, em Espanha, em condições financeiras aliciantes. Foi o início da construção de um negócio dedicado aos selos e bens tangíveis. Actualmente, a Afinsa possui 143 mil clientes, 11 escritórios em Portugal e 75 em Espanha. E as contas congeladas.O presidente da autarquia de Carregal do Sal, Atílio Nunes, manifesta que ter conhecimento da detenção do seu conterrâneo “foi um balde de água fria”. Para ilustrar a faceta benemérita do empresário, Atílio Nunes dá dois exemplos: “Ofereceu uma ambulância aos bombeiros voluntários e apoiava a parte cultural”, nomeadamente o NACO - grupo de teatro de Oliveirinha (dirigido por um sobrinho de Albertino Figueiredo). O gosto pela representação vem dos tempos de juventude, altura em que integrava o grupo de teatro local. Ambiente tranquilo no balcão de Viseu> O balcão de Viseu da Afinsa tem estado a funcionar de forma tranquila, apesar das notícias vindas a público nas duas últimas semanas e do congelamento das contas em Portugal, uma decisão anunciada na passada terça-feira, dia 16. O Jornal do Centro não conseguiu contactar o director da Afinsa, em Viseu, Miguel Simões, mas sabe-se que o balcão tem estado a funcionar com as portas fechadas. De acordo com informações de alguns moradores e comerciantes da Rua Miguel Bombarda, onde se encontra sedeada a delegação, o balcão tem sido alvo das atenções das pessoas, com “olhares atentos, as portas estão mais fechadas”, mas “nada mais do que isso”.A delegação da Afinsa, em Viseu, está a funcionar desde Dezembro de 2005.
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In "Jornal do Centro" ed. 218, 19 de Maio de 2006

1 comentário:

Anónimo disse...

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