quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Agrupamentos de Centros de Saúde arrancam em Março

Viseu vai ter três agrupamentos de centros de saúde (ACES), de acordo com a proposta de trabalho apresentada pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC). O documento prevê a criação do núcleo Viseu, cidade que irá incluir os Centros de Saúde (CS) I, II e III; e o de Lafões (que engloba as unidades de Aguiar da Beira, Castro Daire, Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul, Sátão, Vila Nova de Paiva e Vouzela). Com a designação "Dão", fica a estrutura que compreende os CS de Carregal do Sal, Mangualde, Mortágua, Nelas, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão e Tondela. Com estas transformações, fica extinta a Sub-região de Saúde de Viseu.Os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) arrancam em Março, mas os utentes só deverão sentir efeitos desta transformação depois, quando começarem a funcionar as acções de saúde comunitárias mais direccionadas aos grupos desfavorecidos.Criados em Diário da República a 22 de Fevereiro do ano passado, os ACES são serviços públicos de saúde com autonomia administrativa, constituídos por várias unidades funcionais, que agrupam um ou mais centros de saúde e que têm por missão garantir a prestação de cuidados de saúde primários à população de determinada área geográfica. Segundo o até agora coordenador da Sub-região de Saúde, José Carlos Almeida e que ficará a liderar o Agrupamento de Viseu, esta é "uma alteração para melhor, porque ficam áreas mais pequenas e, por isso, também mais próximas e mais funcionais".José Craveiro, director do CS de Carregal do Sal, foi convidado a assumir a direcção executiva do ACES do Dão, enquanto que Mercedes Figueiredo, directora do CS de Vouzela e que exerceu anteriormente funções na Extensão de Saúde de Santa Cruz da Trapa (S. Pedro do Sul), ficará com a ACES de Lafões.. 74 ACESSão 74 os ACES que entrarão em funcionamento em Março, uma data administrativa que deverá resultar da publicação de portarias que irão, nomeadamente, nomear os directores executivos para estes agrupamentos.Estas nomeações mereceram fortes críticas do PSD, que, em Outubro de 2008, acusou o Governo de ter criado mais de 500 nomeações políticas e quadruplicado os gastos administrativos com a legislação que reorganiza os centros de saúde e exigiu a suspensão do processo.A poucos dias dos ACES entrarem em vigor, o coordenador da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP), Luís Pisco, disse que os primeiros tempos nos centros de saúde que constituem os ACES não deverão ser diferentes dos actuais. Contudo, algum tempo depois as mudanças deverão começar a ser sentidas pelos utentes, referiu.A existência de "cuidados de saúde comunitários", mais direccionados para grupos desfavorecidos ou com maiores dificuldades, deverá proporcionar a mudança, segundo Luís Pisco, que destaca a aposta num "apoio integrado com a área da solidariedade".Depois da criação das Unidades de Saúde Familiar (USF), os centros de saúde que não se voluntariaram para se organizarem desta forma ficarão com uma semelhante organização, tutelada pelos ACES.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Antigos trabalhadores da ENU em marcha pelos seus direitos

Os antigos funcionários da abolida Empresa Nacional de Urânio (ENU) voltaram hoje à luta realizando uma marcha de indignação contra a falta de respostas do Governo às reivindicações que têm sido feitas.A marcha decorreu entre as Urgeiriça (Nelas) e Cunha Baixa (Mangualde) como forma de protesto, uma vez que dizem, o governo continua a não satisfazer as suas reivindicações. Desde 2005 em luta estes ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio, lutam “para que os direitos atribuídos na lei sejam atribuídos a todos”.
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António Minhoto, porta-voz dos trabalhadores da ENU referiu na semana passada que pretendem mostrar “à população e ao país que o desrespeito do Governo perante as nossas reivindicações também é um desrespeito ambiental perante as populações onde as minas estão envolvidas”.Um das causas da luta destes ex-trabalhadores é a contagem de tempo para efeitos de reforma que foi dada aos últimos funcionários, que foi igual à dos mineiros. Dizem que “não podem haver filhos e enteados numa empresa do estado, onde todos contribuíram de igual modo para a riqueza do País, e todos estiveram expostos aos perigos da exposição prolongada à radioactividade”.
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Os antigos funcionários da ENU reclamam ainda “uma indemnização às viúvas dos cerca de 115 trabalhadores que já faleceram de causa cancerígena”. Depois da marcha de indignação prevêem-se que sejam tomadas outras medidas contra a falta de respostas do governo. Em Dezembro passado, António Minhoto já tinha adiantado, “caso não seja feito nada até à campanha das eleições europeias, os antigos funcionários da ENU vão fazer por essa altura uma vigília, durante o tempo que for necessário, junto à residência oficial do primeiro-ministro” referiu acrescentando que os antigos trabalhadores da ENU pretendem ainda realizar “um manifesto público” com o objectivo de fazer com que o PS perca a maioria que tem e assim, “num quadro político diferente”, as suas reivindicações sejam ouvidas.Apesar de não existirem números oficiais, estima-se que as medidas reivindicadas pelos antigos funcionários da ENU possam vir a beneficiar três centenas de trabalhadores, dos mais de 600 que entre 1977 e 1991, altura em que começaram os despedimentos, estiveram na empresa.
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In "mangualdeonline, 08-02-2009"