domingo, 8 de fevereiro de 2009

Antigos trabalhadores da ENU em marcha pelos seus direitos

Os antigos funcionários da abolida Empresa Nacional de Urânio (ENU) voltaram hoje à luta realizando uma marcha de indignação contra a falta de respostas do Governo às reivindicações que têm sido feitas.A marcha decorreu entre as Urgeiriça (Nelas) e Cunha Baixa (Mangualde) como forma de protesto, uma vez que dizem, o governo continua a não satisfazer as suas reivindicações. Desde 2005 em luta estes ex-trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio, lutam “para que os direitos atribuídos na lei sejam atribuídos a todos”.
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António Minhoto, porta-voz dos trabalhadores da ENU referiu na semana passada que pretendem mostrar “à população e ao país que o desrespeito do Governo perante as nossas reivindicações também é um desrespeito ambiental perante as populações onde as minas estão envolvidas”.Um das causas da luta destes ex-trabalhadores é a contagem de tempo para efeitos de reforma que foi dada aos últimos funcionários, que foi igual à dos mineiros. Dizem que “não podem haver filhos e enteados numa empresa do estado, onde todos contribuíram de igual modo para a riqueza do País, e todos estiveram expostos aos perigos da exposição prolongada à radioactividade”.
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Os antigos funcionários da ENU reclamam ainda “uma indemnização às viúvas dos cerca de 115 trabalhadores que já faleceram de causa cancerígena”. Depois da marcha de indignação prevêem-se que sejam tomadas outras medidas contra a falta de respostas do governo. Em Dezembro passado, António Minhoto já tinha adiantado, “caso não seja feito nada até à campanha das eleições europeias, os antigos funcionários da ENU vão fazer por essa altura uma vigília, durante o tempo que for necessário, junto à residência oficial do primeiro-ministro” referiu acrescentando que os antigos trabalhadores da ENU pretendem ainda realizar “um manifesto público” com o objectivo de fazer com que o PS perca a maioria que tem e assim, “num quadro político diferente”, as suas reivindicações sejam ouvidas.Apesar de não existirem números oficiais, estima-se que as medidas reivindicadas pelos antigos funcionários da ENU possam vir a beneficiar três centenas de trabalhadores, dos mais de 600 que entre 1977 e 1991, altura em que começaram os despedimentos, estiveram na empresa.
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In "mangualdeonline, 08-02-2009"

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