sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vou fazer um partido

..O partido político ideal, em Portugal, não existe. Não existe porque não (se) pode. Não existe porque não (se) quer. Não existe porque não (se) sabe.
.
..Por outras palavras, ninguém quer "avançar para se queimar". E todos vão tratando da vida.
..A verdade é que a política partidária não atrai os melhores elementos da sociedade portuguesa. "Vai-se" para a política como se ingressa nas maçonarias: nas palavras de um iniciado, entra-se na Loja para se arranjar emprego, para se passar um exame, para se subir na vida.
..A velha anedota inconveniente dizia que "nada é para sempre, nesta vida, a não ser o herpes labial". Ou seja, não é impossível uma revolução, mais ou menos tranquila. Épocas houve em que novas ideias e novos dirigentes entusiasmaram os cépticos, os cínicos, os descrentes. Até os "apolíticos".
..Entretanto, muita política vai-se fazendo fora dos partidos.
..Nas ruas, nas organizações sociais, nas academias e nas corporações, nos quadros técnicos do Estado e nas empresas, nas escolas e nos quartéis. Faz-se nos círculos de amigos, nos bairros e nas cidades. Faz-se entre profissionais livres e nos meios intelectuais. Faz-se entre reformados e activos. Faz-se. Uma das provas é a misteriosa "opinião pública".
..Portugal necessita de um partido que o compreenda e transforme. Que não deixe a liberdade, a autoridade e a justiça social contradizerem-se.
Não precisa de "invenção" nem "optimismo". Há muitas escolhas que são conhecidas, são duras, e são necessárias. E o realismo face às crises (em suma, a verdade) é bem mais necessário do que a "auto-estima".
..Um primeiro tema de campanha seria assim, no partido ideal, "Política a sério". Esta implica seriedade, profundidade e labor. É preciso "pôr os políticos a trabalhar".
..Não se trata tanto de saber qual a dimensão do Estado, mas de conhecer o que faz, e como. Uma boa ideia seria "mais Estado útil, menos Estado inútil".
..Por outro lado, qualquer governo de mérito tem de apoiar e aplaudir a produção esforçada, a criação e a inovação.
..Na (in)segurança, convém propôr uma "polícia com meios, inteligente e respeitada". E, na imigração, precisamos de ser claros: "Nâo aos novos escravos. Combate sem trégua à imigração ilegal".
..Na justiça, não se deve, verdadeiramente, dizer nada. Não porque aos juízes não se deva bater nem com uma flôr, mas para evitar a continuação do actual barulho. Barulho onde espanta ser precisa uma "nota" do PGR, para assegurar a independência e tranquilidade do Ministério Público.
..Na defesa nacional, é preciso "fazer das fraquezas forças" e não o contrário. E explicar que "ser militar" não é uma profissão qualquer. Todos os dias o soldado põe "a minha vida ao vosso serviço". Do povo.
..Por fim, num País onde faltam as bases, não se construa já o tecto:
.
"Enquanto houver um português que não lê, não há TGV"
.
In (Revista Sábado, Nuno Rogério)

4 comentários:

Anónimo disse...

Este artigo é furtado da revista "Sábado", e tem autoria: Nuno Rogeiro.
Presumo que, em função disso, este blogue fique com um processo às costas.
Mas é lamentável que a pilhagem do trabalho alheio faça carreira em Portugal

Hugo Rodrigues disse...

Este trabalho é realmente de Nuno Rogério, mas não se trata de um furto, vou passar a explicar...É possivel que não tenha reparado mas no final do texto consta essa informação só que por desleixo da minha parte essa informação tem a mesma côr do que o fundo do blog, vou já retificar esse meu erro e desde já as minhas desculpas!!

Hugo Rodrigues disse...

Está rectificado o meu erro!
É claro que se tivesse seleccionado todo o texto teria reparado que estava lá a informação da publicação e seu autor.
Agradeço a chamada de atenção e garanto que não se volta a repetir!

Anónimo disse...

Pior a emenda que o soneto: o nome é "Nuno Rogeiro", e é feio transcrever artigos na íntegra. Já ouviu falar de direitos de autor?