..O partido político ideal, em Portugal, não existe. Não existe porque não (se) pode. Não existe porque não (se) quer. Não existe porque não (se) sabe.
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..Por outras palavras, ninguém quer "avançar para se queimar". E todos vão tratando da vida.
..A verdade é que a política partidária não atrai os melhores elementos da sociedade portuguesa. "Vai-se" para a política como se ingressa nas maçonarias: nas palavras de um iniciado, entra-se na Loja para se arranjar emprego, para se passar um exame, para se subir na vida.
..A velha anedota inconveniente dizia que "nada é para sempre, nesta vida, a não ser o herpes labial". Ou seja, não é impossível uma revolução, mais ou menos tranquila. Épocas houve em que novas ideias e novos dirigentes entusiasmaram os cépticos, os cínicos, os descrentes. Até os "apolíticos".
..Entretanto, muita política vai-se fazendo fora dos partidos.
..Nas ruas, nas organizações sociais, nas academias e nas corporações, nos quadros técnicos do Estado e nas empresas, nas escolas e nos quartéis. Faz-se nos círculos de amigos, nos bairros e nas cidades. Faz-se entre profissionais livres e nos meios intelectuais. Faz-se entre reformados e activos. Faz-se. Uma das provas é a misteriosa "opinião pública".
..Portugal necessita de um partido que o compreenda e transforme. Que não deixe a liberdade, a autoridade e a justiça social contradizerem-se.
Não precisa de "invenção" nem "optimismo". Há muitas escolhas que são conhecidas, são duras, e são necessárias. E o realismo face às crises (em suma, a verdade) é bem mais necessário do que a "auto-estima".
..Um primeiro tema de campanha seria assim, no partido ideal, "Política a sério". Esta implica seriedade, profundidade e labor. É preciso "pôr os políticos a trabalhar".
..Não se trata tanto de saber qual a dimensão do Estado, mas de conhecer o que faz, e como. Uma boa ideia seria "mais Estado útil, menos Estado inútil".
..Por outro lado, qualquer governo de mérito tem de apoiar e aplaudir a produção esforçada, a criação e a inovação.
..Na (in)segurança, convém propôr uma "polícia com meios, inteligente e respeitada". E, na imigração, precisamos de ser claros: "Nâo aos novos escravos. Combate sem trégua à imigração ilegal".
..Na justiça, não se deve, verdadeiramente, dizer nada. Não porque aos juízes não se deva bater nem com uma flôr, mas para evitar a continuação do actual barulho. Barulho onde espanta ser precisa uma "nota" do PGR, para assegurar a independência e tranquilidade do Ministério Público.
..Na defesa nacional, é preciso "fazer das fraquezas forças" e não o contrário. E explicar que "ser militar" não é uma profissão qualquer. Todos os dias o soldado põe "a minha vida ao vosso serviço". Do povo.
..Por fim, num País onde faltam as bases, não se construa já o tecto:
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"Enquanto houver um português que não lê, não há TGV"
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In (Revista Sábado, Nuno Rogério)
4 comentários:
Este artigo é furtado da revista "Sábado", e tem autoria: Nuno Rogeiro.
Presumo que, em função disso, este blogue fique com um processo às costas.
Mas é lamentável que a pilhagem do trabalho alheio faça carreira em Portugal
Este trabalho é realmente de Nuno Rogério, mas não se trata de um furto, vou passar a explicar...É possivel que não tenha reparado mas no final do texto consta essa informação só que por desleixo da minha parte essa informação tem a mesma côr do que o fundo do blog, vou já retificar esse meu erro e desde já as minhas desculpas!!
Está rectificado o meu erro!
É claro que se tivesse seleccionado todo o texto teria reparado que estava lá a informação da publicação e seu autor.
Agradeço a chamada de atenção e garanto que não se volta a repetir!
Pior a emenda que o soneto: o nome é "Nuno Rogeiro", e é feio transcrever artigos na íntegra. Já ouviu falar de direitos de autor?
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