quarta-feira, 25 de março de 2009

Mangualde

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Peugeot-Citroën de Mangualde mostrou-se hoje preocupada com o plano de saídas voluntárias que a administração está a propor como forma de reduzir o número de postos de trabalho.
"Estamos preocupados com a necessidade de reduzir mais trabalhadores, mas a comissão decidiu não se manifestar a favor ou contra (o plano), para não contrariar o interesse de cada um. Cada trabalhador é que tem de decidir", afirmou à Agência Lusa Jorge Abreu, da CT.
No entanto, disse acreditar que "para a maioria será prejudicial", uma vez que os trabalhadores que aderirem ao plano, que lhes foi proposto no passado dia 18, não terão direito ao subsídio de desemprego, porque a empresa já atingiu o limite de despedimentos.
A CT estima que desde o início do ano tenham saído perto de 500 trabalhadores da fábrica de Mangualde, cerca de 400 contratados e temporários que não viram os seus contratos renovados e 80 efectivos que aceitaram a rescisão amigável.
Segundo Jorge Abreu, na semana passada a empresa comunicou à CT que "tem ainda trabalhadores a mais e, como já não tem encaixe para que possam receber o subsídio de desemprego, procurou a solução das saídas voluntárias, compensando-os com percentagens do salário", que variam consoante a idade, desde metade por cada ano de serviço para os mais novos, até ao limite máximo de 25 mil euros.
"O nosso receio é de que os trabalhadores saiam na ideia de que vão receber o dinheiro agora e arranjam novo emprego, mas depois não o consigam arranjar e fiquem sem qualquer apoio social", referiu, contando que a CT os está a aconselhar a fazerem uma análise "cuidadosa e consciente".
Jorge Abreu contou que já "algumas pessoas" comentaram que iam aceitar a proposta, porque têm "uma alternativa de emprego", o que diz compreender, atendendo a que "há trabalhadores com salários pouco acima do salário mínimo", devido à redução do subsídio de turno (com a passagem de três para dois turnos) ou mesmo ao seu fim (com a passagem para o horário normal).
Fez votos para que "as saídas voluntárias sejam tratadas como tal e não forçadas", referindo que já alertou a administração de que "as saídas não podem ser feitas em sacrifício dos que ficam nos postos de trabalho".
A fábrica de Mangualde tem actualmente cerca de 900 trabalhadores, desconhecendo Jorge Abreu quantos postos de trabalho é que a administração gostaria de reduzir.
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By "AMF", "Lusa/fim"

1 comentário:

Granito disse...

Espero não haver um encerramento da unidade de Mangualde.

Sería um pesadelo para a região e para muitos habitantes de Canas.