sábado, 23 de maio de 2009

Distrito com mais 5.500 desempregados em 2009

Os dados relativos ao número de desempregados no distrito de Viseu permitem concluir que houve um aumento de 5. 600 desempregados no primeiro trimestre de 2009. Mangualde é o concelho onde, proporcionalmente, se regista o maior aumento, de acordo com a comparação entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009. Numa análise geral do quadro dos concelhos, regista-se que em todos os 24 aumentou o número de desempregados.
De acordo com um trabalho desenvolvido pelo Jornal do Centro – com base apenas nos dados disponíveis no Instituto de Emprego e Formação Profissional, uma vez que os dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística apenas disponibilizam números referentes à região Centro, justificando que as ‘estatísticas do emprego’, não vão ao nível de distrito, só se encontram até a desagregação de NUTS II" – comparando os últimos três meses de 2008, com os primeiros três de 2009, o concelho de Viseu regista mais 1296 desempregados. No entanto, sendo capital de distrito, de dimensão superior relativamente aos restantes aglomerados, leva à conclusão que Mangualde, com um aumento de 623 desempregados é onde está a maior mancha. Na posição seguinte surge o concelho de S. Pedro do Sul, com mais 479 desempregados, Nelas com mais 460 e Cinfães com mais 396 residentes no desemprego. Por outro lado, Vila Nova de Paiva e Lamego, são os concelhos com menor aumento, seguidos de Armamar e Penedono.
Face a este cenário não é difícil encontrar explicações para tal realidade. A dispensa de mais de 400 trabalhadores da Peugeot/Citroën, em Mangualde desde o início do ano, é a principal razão, sobretudo, para o aumento de desempregados em Mangualde e Nelas, uma vez que a fábrica, sendo a maior empregadora do distrito de Viseu, absorve trabalhadores de vários concelhos vizinhos, nomeadamente, Nelas, Penalva do Castelo e Viseu. Já em Cinfães, o número elevado de desempregados explica-se com a quebra da construção em Espanha, para onde emigravam famílias inteiros para trabalharem na construção civil e agora vêm-se obrigadas a regressar por não terem já trabalho no país vizinho a viver a crise internacional.
Este cenário vai ao encontro do panorama nacional. A taxa de desemprego atingiu os 8,9 por cento no primeiro trimestre de 2009, o que representa um agravamento face aos 7,6 por cento do período homólogo de 2008. Ainda assim, os valores mais baixos encontram-se na zona Centro (6,7, contra os 5,7 de 2008), que absorve 14 dos 24 concelhos do distrito de Viseu (os restantes 10 fazem parte da região Norte).
Analisando o distrito, concelho a concelho, encontra-se uma distância normal que vai entre Viseu e os restantes, mas regista-se a surpresa ao ver Cinfães (1295 desempregados em Março) logo depois de Lamego (1479 desempregados em Março) e acima de Mangualde (1151 desempregados em Março). Penedono é o concelho com menos desempregados (93 em Março), seguindo-se Sernancelhe (206 desempregados em Março) e Mortágua (244 desempregados em Março).
Emprego no comércio volta a crescer> A população empregada no sector do comércio em Portugal voltou a crescer no primeiro trimestre de 2009, de acordo com os dados do inquérito ao emprego, do Instituto Nacional de Estatística (INE). O sector, em contra-ciclo com os números referentes ao emprego, registou um aumento de 1,2 por cento, que corresponde a um ganho líquido de nove mil postos de trabalho, adianta o INE.
A população empregada no sector do comércio em Portugal situa-se agora nos 791.6 indivíduos.
O secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, sublinha em comunicado que "os dados vêem confirmar que o sector do comércio tem conseguido encontrar soluções que permitam criar desde 2005, mais de 18,7 mil postos de trabalho".
Esta visão optimista do Governo contrasta com a opinião dos agentes do sector no distrito de Viseu. Ao pessimismo dos comerciantes, que assistem a fortes quebras nas vendas obrigando-se "a despedir funcionários para não fechar a porta para todos", junta-se a voz do presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter Mirandez. O dirigente admitia no início de 2009, que "20 a 30 por cento" do comércio tradicional deve fechar as portas este ano, com consequências "desastrosas".
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IN "Jornal do Centro, 22 de Maio de 2009"

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