sexta-feira, 28 de abril de 2006

A menina Vs Os meninos do Gás



















1:0...Katarzyna Potoczek-Nome-Hélder, Mota e Fonseca
2:0............................22 aninhos-Idade-Mais do que ela
Empate......................1m 80cm-Altura-Carnaval de 2006
3:0..................................40-Calça-Impossível verificar
4:0.........................86-Busto-Também preferem o dela
5:0.......................................61
-Cintura-Muita cerveja
6:0..........................................92-Anca-Muito Carnaval
7:0.............................................Verdes-Olhos-Olheiras
8:0.................................Loiro-Cabelo-Pintado de loiro
8:1...........................Comida Italiana-À Mesa-Super Bock
9:1...Qualquer Coisa(nua era melhor)-No Corpo-Adrenalina
9:2............Craig David-No leitor de CD-Paço e Rossio
9:3.....Fitness e Ski-Desporto-Levantamento de Copos
A menina venceu por 9:3

Apesar da existência de gás canalizado!
Eu cá prefiro uma boa bilha!

terça-feira, 25 de abril de 2006

O Lápis Azul, 30 anos depois...




.....A 22 de Junho de 1926, a Ditadura Militar de Gomes da Costa (vencedor do golpe de 28 de Maio) institui a censura prévia à imprensa. Com a Constituição de 1933, o Estado Novo faz da censura o instrumento que Salazar vai aprimorando como esteio do regime ditatorial.
.....Em Maio de 1927, a Censura começou a ser aplicada ao Cinema e, a pouco e pouco, foi-se estendendo a todos os espectáculos, em qualquer ponto do país. Milhares de filmes foram censurados, centenas de peças de teatro e canções sofreram a marca dos censores.
Fernando Lopes Graça, Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Padre Fanhais, Barata Moura, Manuel Freire, foram alguns dos mais atingidos.

.....O controlo sobre os livros que o país escrevia, ou simplesmente lia, era feito com a intervenção articulada das várias polícias: PSP, GNR, Alfândega, PIDE/DGS. Os CTT também estavam articulados com as polícias apreendendo livros, violando a correspondência. Autos de busca e apreensão exemplificam o processo da apreensão e destruição de milhares de livros.
.....A informação política e sindical foi seguramente a mais censurada pelo regime ditatorial. Só por distracção poderia passar qualquer notícia sobre lutas de trabalhadores, ou simples convocatórias sindicais. As campanhas eleitorais de Norton de Matos e Humberto Delgado e congressos democráticos de Aveiro foram os acontecimentos políticos mais censurados. Palavras como suicídio, violação, racismo, greve, aborto, homossexual, fome, feminismo, entre outras, atormentavam a Comissão de Censura.
.....Em Novembro de 1926, começou a surgir a imprensa clandestina. Dezenas de jornais foram aparecendo, para preencher o vazio provocado pelo controlo da informação pela Censura. Alguns dos títulos mais significativos: Avante, A Terra, A Voz do Povo, Libertação Nacional, Portugal Socialista, Luta Popular, O Grito do Povo.
.....Aspirações autárquicas, toneladas de batatas a apodrecer, questões da juventude, ou breves notícias sobre hippies, tudo podia ser alvo da tesoura censória.
Por vezes, os censores não só cortavam como “corrigiam” textos: “metralhadora” para “brinquedo”; “mais comissões administrativas”, por “comissões administrativas” e “colectivização” para “associação”.
.....Com o “25 de Abril”, pôs-se fim ao regime oficial de censura instituído em 1926. No dia 25 de Abril de 1974, pelo menos até à tarde, os “coronéis da censura” ainda trabalharam, matando ou dilacerando as notícias sobre o Movimento dos Capitães.

Os caminhos de Abril

Fernando José Salgueiro Maia
Um homem impoluto

.....Se um homem pode ser um símbolo, então é isso que Salgueiro Maia é. Foram, é certo, muitos os jovens que fizeram do 25 de Abril uma obra colectiva. Como é verdade que são muitas as razões que explicam que tivessem avançado os que avançaram, no momento em que avançaram. Mas se procuramos um rosto para simbolizar o 25 de Abril, então esse rosto é o do jovem capitão de Cavalaria que, à uma e meia da madrugada desse dia do nosso contentamento, acordou os seus homens, na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, para marchar sobre Lisboa, duas horas depois, e derrubar o Governo. "Charlie oito", nome de código de Salgueiro Maia, foi o braço armado do golpe de Estado, e, simultaneamente, o homem que abriu a porta à revolução, na forma como se relacionou com o povo, no teatro dos acontecimentos. Sobre ele, é fácil reunir adjectivos qualificativos. Pode dizer-se que era um homem simples, pelas raízes vindas do povo, mas, também, pela forma como sempre recusou honrarias e benesses. Mas dizer isto, é dizer pouco. Elevado à condição de "estrela" maior do MFA, pela população que, sem cessar, o vitoriou nas ruas, Salgueiro Maia saiu de cena, quando terminou a sua acção militar. Quando a soberania foi devolvida ao povo, muito por virtude da coragem e da inteligência de que deu mostras. E saiu pelo seu pé. Sem ser empurrado. Humildade, rigor, honestidade, comportamento democrático, sobriedade no trato mas permeada por uma grande humanidade, eis algumas coisas que, com justiça, se podem dizer deste homem generoso e impoluto. Porém, a revolução e a vida foram-lhe madrastas, apesar de ter conquistado, por direito, um lugar na História. "Ditosa pátria, que tais filhos tem", diz o poeta. Maia é um desses filhos, um dos raros. Portugal tem, para com ele, uma dívida irresolúvel. "Desterraram-no" para os Açores, puseram-no a comandar o Presídio militar de Santa Margarida, a ele, que fundara a Liberdade, recusando os louros e o arco do triunfo. A morte roubou-o muito cedo. Spínola, Costa Gomes, Eanes e Mário Soares acompanharam o funeral de Maia. Era o mínimo que os ex-presidentes e presidente da República podiam fazer. Enquanto o caixão com o corpo deste homem, nobre e respeitável, descia à terra, ouvia-se "Grândola, Vila Morena". Merecido tributo ao jovem capitão que nos trouxe a Liberdade, sabendo o que ela era e como respeitá-la.

domingo, 23 de abril de 2006

Deixem jogar o G.D.R.

G.D.R.-3 Carvalhais-0
.....Tal como havia referido em um post anterior, sempre que os Juvenis do G.D.R. jogam apenas contra 11, o resultado salta à vista, com três golos marcados por Hélder, Tiago e Marcelo. Do trio de arbritagem apenas um lapso de maior relevo, ao assinalar uma grande penalidade quando um jogador do G.D.R. ficaria cara a cara com o guarda-redes adversário, no meu entender o árbitro deveria ter admestado o jogador faltoso com um cartão vermelho directo, e não com amarelo.
.....Os nossos atletas fizeram uma 1ª parte não tão boa como nos tinham habituado até aqui, diria mesmo que foi até muito equilibrada, com oportunidades de golo de ambas as partes, as melhores pertencendo mesmo ao Carvalhais, na 2ª parte esse equilibrio não se registou, com um avassalador dominio do G.D.R., de salientar que o Carvalhais apenas criou uma oportunidade de golo, afirmo até que o G.D.R. poderia ter ampliado em mais 1 ou 2 golos a sua vantagem.
....." Andámos 15 dias a preparar este jogo e não saiu nada, vocês não nos deixaram jogar mais", este foi o comentário feito por um atleta do Carvalhais no final do jogo.
.....No momento, ainda por disputar o jogo entre V.Benfica e Cracks de Lamego, os nossos atletas subiram ao 3º lugar na classificação desta fase final, com menos um ponto do que o 2º(Carvalhais), mas com vantagem no possível confronto directo.
Boa sorte para os próximos...

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Bairro... ou não...

.....É verdade, em um dos extremos da vila de Canas de Senhorim -na Urgeiriça- descobriram-se no ano de 1900, umas manchas de terra denunciando a exitência de minérios de urânio. A esta descoberta estão ligados os nomes de António da Costa Reis, Manuel José de Albuquerque e João da Fonseca que, tendo começado por si a exploração dos filões, a entregaram depois ao Banco Burnay; posteriormente técnicos ingleses ocuparam-se da Empresa e só no início da década de 60 passou a ser explorada pelo Estado (Junta de Energia Nuclear).
.....No local da exploração construiu a empresa um bairro com mais de meia centena de casas, com parque infantil, escola primária, salão de convívio (Casa do Pessoal), campo de jogos, etc. Mais tarde 2 das casas foram adaptadas ao Jardim Escola João de Deus; com orgulho podemos afirmar o primeiro estabelecimento de ensino pré-primário do concelho.
.....Muito perto, numa quinta entre vinhedos e mimosas, surgiu uma estância de repouso agradável, muito procurada por nacionais e estrangeiros; possui um hotel de três estrelas que naquela data estava dotada de piscina, campos de ténis e de golf, podendo os hóspedes, se o preferissem, viver em pequenos chalets dependentes do hotel. Eden, antigo Primeiro-Ministro do governo britânico habitou um deles quando, em viagem de núpcias, se demorou algum tempo entre nós. A Urgeiriça deve todos esses privilégios à Natureza que a dotou de um clima ameno de média altitude, de extensas vistas sobre a Serra da Estrela e, sobretudo de um sossego que outras extãncias desejariam possuir.
Esta é a história de como nasceu o bairro...ou não... da Urgeiriça

quarta-feira, 19 de abril de 2006

27 Anos depois...


......É verdade! Após 27 anos de jejum, os Juvenis do G.D.R. de Canas de Senhorim conseguiram vencer a série Sul, que lhe confere o direito de disputar a fase final do seu campeonato distrital.
......Foi sem duvida alguma a equipa que melhor futebol praticou na sua série, obtendo por isso um registo notável em jogos oficiais com 13 vitórias em 16 possíveis, 2 empates e uma derrota, 55 golos marcados e 20 sofridos, tudo isto levou a que a pontuação obtida fosse de 41 pontos, mais 8 do que o segundo classificado, o Mangualde.
......Foram ainda disputados alguns jogos particulares (13), o que torna ainda mais importante e mais notável esta época, em um total de 29 jogos disputados, os Juvenis do G.D.R. de Canas de Senhorim obtiveram 23 vitórias, 4 empates e 2 derrotas, 101 golos marcados e 36 sofridos.
......É também verdade que esta fase final não começou da melhor maneira para estas pequenas estrelas, obtendo apenas uma vitória(4-2)e 3 derrotas (sempre por 2-1), é também verdade que é, e será sempre, muito dificíl jogar contra 14, foi assim em casa contra o Cinfães, fora com o V. Benfica, e novamente fora com o Craks de Lamego.
......Será que os Sr.s do Conselho de Arbitragem e da AF Viseu não têm um pouco de cabeça para pensar como isto é possível, uma equipa que se superiorizou indescutívelmente na sua série, que se bateu de igual para igual com equipas no escalão Nacional [Ac. Viseu, Repeses (amigáveis)], possa ocupar o ultimo lugar da classificação?
Uma pequena nota que eu gostaria de aqui deixar, o actual 2º classificado desta fase final, o Carvalhais, já disputou um jogo amigável com os nossos atletas, sabem qual foi o resultado? A resposta é ... 5-0, e só como curiosidade, os Juvenis do G.D.R. jogaram sem o seu Capitão(Pinheiro), Sub-Capitão(Davide Póvoas) e também sem outro titular(Carvalhal).
......Após tudo isto continuo a achar que apesar de importante, a classificação não é de todo o mais importante, o mais importante é sem dúvida alguma, a formação assim como o apoio demonstrado pelos amantes do futebol e do G.D.R.
VENHA APOIAR ESTES JOVENS

terça-feira, 18 de abril de 2006

o CARNAVAL...

......Com exactidão nada se sabe acerca da origem do carnaval de Canas de Senhorim. Para a maioria, teria nascido há cerca de três centenas de anos, resultante da extraordinária rivalidade, que teima em perpetuar, entre os dois bairros mais representativos da vila; o PAÇO e o ROSSIO.







......Estes dois bairros, que vivem de mãos dadas durante um ano inteiro, inventaram um interregno de três dias -dias de Carnaval- para mutuamente «arreganharem os dentes»!...







......Logo que o calendário anuncia o Domingo Gordo e a 3ª-feira de Entrudo as duas marchas saiem à rua incorporando centenas de foliões, desses milhares que anualmente nos visitam, ávidos de participar em tão original folguedo.







......Nestes dias inesquecíveis, as marchas do PAÇO e do ROSSIO transformam as ruas da Vila dando-lhes um vibração, um colorido e uma alegria verdadeiramente singulares. Sob o entusiasmo da multidão compacta cada bairro tenta superiorizar-se ao seu rival, em imaginação, alegria, ineditismo, musica, etc. As piadas e os carros alegóricos são sempre ricos de originalidade; todo o trabalho para a ornamentação das marchas, realizaçãoo dos carros, etc., é feito secreta e separadamente e a ele se entregam denodamente os mais novos e os mais velhos numa azáfama comum de desmedido entusiasmo. Canas vive particularmente o seu Carnaval!







......A cerca de um mês do anunciado acontecimento (porque o é) é frequente ouvir-se, noite dentro, o ribonbar de um pisão, o toar de uma panela ou o ressoar de uma bombinha e os grupos mascarados, parte integrante da tradição, são incontáveis.







......Ao caír da tarde de Terça-feira de Entrudo, depois de calcorrearem as principais ruas da Vila exibindo o seu Carnaval, as duas marchas rivais encontram-se frente a frente no Largo do Rossio. Este momento que, há muito nas redondezas, é conhecido pelo «Adeus», é o prato forte do Carnaval. O que se passa é indescritível; extraordinários momentos de euforia o PAÇO e o ROSSIO desdobram-se em entusiasmo e em vibração; uma marcha tenta sobrepor-se à outra. É o delirio!... Velhos, apazes, mulheres e raparigas jogam a sua última cartad; é uma alegria incontida e contagiante. Os milhares de forasteiros que assitem a este final invulgar sentem-se como que impelidos por uma mola mágica que os transporta instintivamente à «quilha de um navio», ou ao «dorso de um camelo»! Ao ritmo infernal das bandas de música -em verdadeiro despique- todo o mundo canta, salta, gesticula e grita: PAÇO! PAÇO! PAÇO!... ROSSIO! ROSSIO! ROSSIO! No ar ecoam estalinhos; esvoaçam papelinhos, balões e serpentinas; desfraldam-se bandeiras...







......Este é o Carnaval de Canas de Senhorim, extraordinário espectáculo do Povo e para o Povo. Que pena nos dá que o Turismo concelhio, ao longo de tantos anos, nada tenha feito para mostrar a portugueses e estrangeiros o nosso CARNAVAL.







segunda-feira, 17 de abril de 2006

CHEGOU A HORA...

«Canas de Senhorim
chegou a hora
o sol dos outros
veio achar-te
agora
ao lado do infinito
de mãos vazias contra o chão suado
e a boca farta de abafar o teu grito

gente de Canas
hoje é outro dia
cantem mineiros pelas minas fora
mulheres operários
camponeses cantem
que o sol dos outros
vai ser nosso agora»

MARIA NATÁLIA MIRANDA
Maio de 1975

Canense:


«A tua terra é mais linda do que pensas, mais nobre do que supões, mais rica do que julgas e tem encanto que os estranhos descobrem e apreciam.
É tua obrigação instante concorrer, segundo os teus recursos, para o seu progresso e desenvolvimento.
Se mais não lhe puderes dar, dá-lhe a correcção dos teus actos, a honestidade da tua vida, o amor da tua profissão.
Sê previdente e que essa virtude te leve a levantar, em qualquer eminência, a casinha esbelta a que te acolherás na velhice e que, valorizando a tua terra, atestará a tua passagem por ela.»

PROF. JOÃO MIRANDA
(Escrito no ano de 1930 e publicado nas capas dos cadernos escolares em edição desse ano e seguintes).